segunda-feira, 6 de junho de 2011

A ALEGRIA DE BRINCAR



Minha barriga doeu. Chegou a me faltar o ar. Mas foi por uma boa causa. Foi de tanto que ri brincando feito criança. Almoço em família, irmão veio para mostrar sua boa experiência na culinária, sobrinhos reunidos. São cinco. Os sobrinhos. Mas hoje estiveram aqui quatro deles, incluindo a caçulinha de dois anos.

Sempre me achei avulsa no meio de minha família. Diferente de tudo, dos costumes e da forma de pensar. Cheguei a pensar até que a senhora cegonha havia errado o endereço e me jogado na casa errada. Nos braços errados.
Mas acredito mesmo que Deus sabe o que faz e sabe exatamente em que família devemos nascer.
As diferenças, elas existem e sempre existirão por onde você for. Mas quando estou diante de meus irmãos e mãe, quando todos estão conversando ao redor de uma mesa, me pergunto às vezes o que faço entre eles. Mesmo que eu conte meus casos engraçados e que a gente sorria bastante de muitos deles, eu insisto em me fazer esta pergunta.

Mas meu corpo agora cansado deixou essas questões na gaveta e brincou de ser criança.
Correu, se escondeu, brincou de pegar, de peteca, de bola... Nossa! Esqueci a dificuldade que era brincar dessa forma. Esqueci que eu não tinha mais 15 anos ou sete (a faixa etária dos sobrinhos). E ainda pra completar, foi difícil suportar os quilinhos a mais sobre meus joelhos.
Foi bom ver meu irmão mais velho se divertir apesar de todo o estresse do dia a dia. Foi bom eu colocar os pés no chão, perder a força na hora da gargalhada e pisar em um espinho. Quanto tempo eu não fazia nada disso! O sedentarismo havia me consumido aos poucos e alegria de brincar há muito não era sentida por mim.

Nosso terreiro se coloriu. Foi uma das imagens mais lindas que pude ver esse ano. E inclusive, riscarei na minha lista “ver algo belo” porque nesse dia eu vi.
Vi o sol da tarde brilhar os cabelos juvenis, vi as cores das risadas e o som das vozes estreitas. Nunca o nosso quintal ficou tão bonito! O verde das plantas e das árvores em mistura com corpos pequeninos correndo pelo espaço. Lindo. Maravilhoso.

Diante de tudo que vi e que vivi neste dia, mesmo com o corpo doendo, mas de coração sorridente, vejo que realmente Eckhart Tolle tinha razão quando disse que devemos fotografar cada momento de nossas vidas e arquivar na memória de nossa alma. Esses momentos sim merecem ser memorizados. Não as guerras, a corrupção, a violência e a dor. Mas a alegria, a inocência, o amor.

Avulsa na família ou não, recebi dela a coisa mais linda da vida: a beleza do conviver.

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