quinta-feira, 9 de junho de 2011

O SONHO DE TER ASAS...


Sinto uma dor em minhas costas. O que seria? Sinto que algo rasga minha pele... A dor é terrível. Uma dor imensa que nenhum ser humano ainda foi capaz de sentir. Algo quer sair de meu corpo, atravessar minha epiderme, nascer pelas minhas costas.

O instinto então me leva para o alto de uma montanha. Vejo o céu azul e os últimos raios de sol alaranjar todo o resto. Sinto o vento balançar meus cabelos e acariciar minha pele. Reflito. A dor ainda persiste. Aquela mesma dor as costas, na altura dos ombros, começando a me queimar. Agora a dor vem mais forte. Agora, diante desse mundão de beleza e cores, sinto que dói mais...
Por quê? Porque sinto esta dor?
Bastou apenas um ultimo chicote do vento para que ela nascesse de mim, rasgando minha pele e abrindo-se linda, esplendorosa, magnífica.

Minhas asas...
Nasceram minhas asas!
E porque doíam?

Porque antes eu era terra e agora sou ar, sou vento, sou fogo, sou água, sou LIBERDADE.
Agora posso voar.
A dor era um sinal de que algo estava errado. Que algo dentro de mim deveria se libertar, que eu deveria aprender a voar para ser livre!
Essa estória nascida de mim representa as asas que todos temos dentro de nós, prontas a qualquer momento para nascer.
Buscamos o mundo. Ele nos pertence. E para ganhá-lo devemos subir na montanha mais alta e deixar que nasçam nossas asas para que possamos voar, sentir o vento, a liberdade, ver nas alturas e sentir...
Doeram porque por milênios eu a aprisionei dentro de mim, não me permitindo fazer minhas escolhas, amar a vida como ela merece ser amada e amar a mim mesma...
Se hoje tenho asas, representa apenas, que posso viver minha vida da mesma forma que os sábios e gurus viveram as suas: livres.
Livres das opiniões alheias, livres dos meus próprios conceitos, livres da sociedade e de todo o caos que a acompanha. Livres! Livre no corpo e na alma.

Ah, como seria bom se eu tivesse asas...!
Diria para mim mesma:
_”Enfim!”

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