domingo, 10 de julho de 2011

AMOR DE BANCO?



INCRÍVEL como o amor hoje em dia ganha diversos nomes distintos completamente diferentes daquilo que ele realmente é: Amor.
Engraçado que, entre gargalhadas, hoje ouvi um primo dizer de um tipo mais comum de amor: O Amor de Banco.

_ Amor de Banco? (claaaaro que perguntei!)

E era exatamente aquilo mesmo que eu havia pensado.

Amor de Banco = Amor pelo Dinheiro.

Aqueles casamentos, relacionamentos arranjados onde o único interesse de uma das partes (ou de ambas, vai saber!) é apenas o dinheiro.

Aí fico pensando...
Onde será que se escondeu aquele ser acanhando, antes tão forte e intenso? Em qual caverna de sentimentos ele se refugiou e porquê resolveu se afastar de nós, humanos?

Então percebo, sem precisar pensar muito, que a culpa nem é dele. É bem possível que ele quisesse passar mais tempo entre nós, vivendo entre nós. Mas infelizmente, tentamos corrompê-lo, modificá-lo, e, quando vimos que ele não se deixou modificar por nossas maneiras e desejos mesquinhos, o colocamos de lado.
Foi neste dia que o amigo "Amor" se refugiou em uma caverna escura em busca de segurança.

Segurança?
Mas quem disse que o amor busca a segurança?
Amor é sim, insegurança. O não saber, só se sentir. O deixar estremecer, congelar ao mesmo que aquecer de forma linda e suave. Nunca se sabe o que irá acontecer... Aí está toda a magia!

E se não foi em busca de segurança, porque ele está na solidão?
Porque nós o colocamos na caverna escura de nossas almas e lá o aprisionamos e não permitimos nem por um segundo, que ele seja capaz de se manifestar, de virar emoção, lágrima?

Amor de Banco, Amor de Carne, Amor-Controle... Amor?

Só de pensar que as pessoas se unem por um interesse em comum material e nem sempre por algo que as une verdadeiramente...
Não falo por todos, claro.
Talvez, dentro dessa caverna escura ainda exista um desejo real de trazer de volta aquilo que fazia, faz e ainda poderá fazer a vida ter sentido... O amor!

E pra fechar essa pincelada sobre o amor (nunca canso de falar sobre ele), mando agora, o poema "O Amor" de Fernando Pessoa:


O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer

Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pr'a saber que a estão a amar!

Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!
Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...


Ame...!!

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