Enquanto eu tomava banho, avistei uma formiga no meu azulejo.
A água caía sobre meus cabelos e meus olhos pregados nela, andando de um lado a outro.
Me aproximei.
Com os dedos cheios de água e shampoo, fiz um círculo ao redor dela.
Observei.
Coitada!
Desorientou, mas não saía do círculo criado em sua volta.
Água e Shampoo.
Ela rodou, procurou toda a borda, rodou e rodou e nada de conseguir sair.
Fiquei observando e pensando:
_ Não tem nada ali. Porque ela se debate tanto e não consegue sair do círculo?
Lógico que pra mim passava de água e sabão. Mas e pra ela??
De qualquer forma, passado um tempinho, assim que a água pareceu secar, ela saiu e seguiu seu caminho...
E me deixou ali, sozinha, pensando.
Pensei em duas coisas.
Na primeira, que nunca sabemos a proporção dos problemas das pessoas a não ser quando estamos vivendo-o.
Como disse antes, para mim um círculo feito de água e sabão não era nada. Mas e pra ela?
Ah, era o fim da trilha. A desorientação. O fim do cheiro que a guiaria ao seu destino.
Eu nunca teria ou terei noção de como foi o que ela vivenciou.
Segundo:
Os problemas são como aquele círculo à nossa volta.
Nos desorienta, perdemos o rumo e não conseguimos sair dele. Parece até que nunca haverá solução.
Mas espere.
Uma hora a água seca e você pode seguir seu caminho!
Uma hora as coisas se acertam sem que você precise perder a razão.
Basta que tenha paciência e saiba esperar.
Impressionante como podemos tirar lições de uma coisa aparentemente tão pequena.
Fato de que Deus nos mostra os caminhos, as respostas nas pequeninas coisas.
E você pode escolher interpretar o que vê ou fingir que não percebe nada.
"As grandes idéias surgem da observação dos pequenos detalhes." já dizia Augusto Cury.
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